É mais ou menos na condição do amigo do inventor que vivemos hoje em dia. Não ganhamos mais tempo com nossos carros possantes nem com a comunicação instantânea da internet e do celular.
Numa cidade frenética como Fortaleza, andar e observar a arquitetura e a arte pública é quase o pecado da ociosidade. Temos que estar 24 horas focados e produzindo. E nesse frenesi perdemos a cidade que por sua vez se transforma em igual rapidez, perdendo sua identidade e onde a arte pública definha sem os cuidados necessários e, conseqüentemente, nossa história se esvai.
Nesse sentido Maíra Ortins propôs uma experiência localizada. Como num microcosmos da cidade e da vida contemporânea a Livraria Cultura de Fortaleza foi palco da exposição “Paisagem suspensa: um ensaio sobre a solidão”. A artista é também a curadora e distribuiu pelo local stickers com desenhos seus. Muitos oriundos do livro “Tessituras em contos, crônicas, poesias e imagens” que publicou em conjunto com as escritoras Ana Valeska Maia e Márcia Sucupira
Ela divulgou a exposição e passou a observar os freqüentadores. O que aconteceu segundo os funcionários da Cultura é que as pessoas perguntam onde está a exposição. Exatamente como estava previsto pela artista e comprovava sua tese os frequentadores passavam pelo local sem perceber nos desenhos-adesivos como no comportamento normal das pessoas nas grandes metrópoles contemporâneas. Não paramos para olhar. Não queremos perder tempo, não queremos refletir, contemplar, nem pensar o espaço. A vida contemporânea é tão emergencial que não há lugar para caminharmos até a fonte e contemplarmos a paisagem e estamos sós na nossa busca em atender nossos compromissos e desejos.
Maíra também questiona dois aspectos importantes do mundo das artes. O local da exposição, nos fazendo ver que a arte não está apenas em museus e galerias ela pode estar numa livraria, num bar, no salão de beleza... Na própria cidade. É só pararmos para olhar. Com a vantagem de ser de graça.
O outro aspecto é a formatação normal das exposições. As pessoas atraídas pela divulgação esperavam quadros emoldurados com luz especial. Mas as obras de Maíra se mesclam ao ambiente compondo a paisagem e intervindo a partir do repertório lúdico da artista, nas colunas, bancos, escadas (para mim a melhor intervenção da exposição)...
Esperamos ver a arte sacralizada, imponente e importante. Mas ela está no prosaico da vida também, bem aos nossos olhos e não unicamente na nossa idéia preconcebida do que seja uma obra de arte. Como disse certa vez Mondrian (1872-1944), “Um dia tudo será arte, e todos seremos artistas.” Estamos esperando esse dia chegar, mas Maíra Ortins já nos mostra um dos caminhos.
Numa cidade frenética como Fortaleza, andar e observar a arquitetura e a arte pública é quase o pecado da ociosidade. Temos que estar 24 horas focados e produzindo. E nesse frenesi perdemos a cidade que por sua vez se transforma em igual rapidez, perdendo sua identidade e onde a arte pública definha sem os cuidados necessários e, conseqüentemente, nossa história se esvai.
Nesse sentido Maíra Ortins propôs uma experiência localizada. Como num microcosmos da cidade e da vida contemporânea a Livraria Cultura de Fortaleza foi palco da exposição “Paisagem suspensa: um ensaio sobre a solidão”. A artista é também a curadora e distribuiu pelo local stickers com desenhos seus. Muitos oriundos do livro “Tessituras em contos, crônicas, poesias e imagens” que publicou em conjunto com as escritoras Ana Valeska Maia e Márcia Sucupira
Ela divulgou a exposição e passou a observar os freqüentadores. O que aconteceu segundo os funcionários da Cultura é que as pessoas perguntam onde está a exposição. Exatamente como estava previsto pela artista e comprovava sua tese os frequentadores passavam pelo local sem perceber nos desenhos-adesivos como no comportamento normal das pessoas nas grandes metrópoles contemporâneas. Não paramos para olhar. Não queremos perder tempo, não queremos refletir, contemplar, nem pensar o espaço. A vida contemporânea é tão emergencial que não há lugar para caminharmos até a fonte e contemplarmos a paisagem e estamos sós na nossa busca em atender nossos compromissos e desejos.
Maíra também questiona dois aspectos importantes do mundo das artes. O local da exposição, nos fazendo ver que a arte não está apenas em museus e galerias ela pode estar numa livraria, num bar, no salão de beleza... Na própria cidade. É só pararmos para olhar. Com a vantagem de ser de graça.
O outro aspecto é a formatação normal das exposições. As pessoas atraídas pela divulgação esperavam quadros emoldurados com luz especial. Mas as obras de Maíra se mesclam ao ambiente compondo a paisagem e intervindo a partir do repertório lúdico da artista, nas colunas, bancos, escadas (para mim a melhor intervenção da exposição)...
Esperamos ver a arte sacralizada, imponente e importante. Mas ela está no prosaico da vida também, bem aos nossos olhos e não unicamente na nossa idéia preconcebida do que seja uma obra de arte. Como disse certa vez Mondrian (1872-1944), “Um dia tudo será arte, e todos seremos artistas.” Estamos esperando esse dia chegar, mas Maíra Ortins já nos mostra um dos caminhos.
Agosto de 2011.
Imagens relacionadas:
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Foto divulgação da exposição "Paisagem suspena: um ensaio sobre a solidão" |
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Foto divulgação da exposição "Paisagem suspena: um ensaio sobre a solidão" |
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Obra de Piet Mondrian a partir do blog Gis Creatio http://giscreatio.blogspot.com |
Links relacionados:
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